Você aceita o diferente ou quer viver em um mundo de clones seus?
Hoje se fala muito em diversidade, mas este é um conceito pouco praticado. As pessoas não aceitam muito seus diferentes. Veja, por exemplo, as verdadeiras guerras virtuais nas redes sociais: ninguém se propõe a ouvir o que o outro está falando, nem ao menos para entender seu ponto de vista, e o ataque é a regra. Parece que lutamos para ter um mundo de iguais: mesmo biotipo, mesmas opiniões, mesmas crenças.
Aceitar o diferente tem a ver com a ausência de preconceito, assunto tão em voga em nossos dias, que se refere a não só a raça, mas a gênero, ideologia, religião, cultura, orientação sexual, idade, entre outros, pois o leque de diferenças é muito amplo. O tema é complexo na medida em que somos influenciados por vieses inconscientes, um conjunto de estereótipos que mantemos sobre diferentes grupos de pessoas a partir de situações e experiências que vivenciamos ao longo da vida. Isso pode incluir aspectos como memórias de infância, conversas com amigos e notícias da mídia. Como vivemos em uma sociedade em que estes estereótipos são constantemente reforçados, é comum criarmos uma imagem pré-concebida de pessoas que sequer sabemos algo a respeito. Dessa forma, reconhecer que este processo existe já é um grande avanço para não deixar que os impulsos conduzam todas as escolhas. Para diminuir os vieses, é preciso muito treinamento em direção à pluralidade.
A diversidade pode ser entendida como o conjunto de diferenças e valores compartilhados pelos seres humanos na vida social. Está intimamente ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes modos de percepção e abordagem, heterogeneidade e variedade.
Além do lado humano, existe o aspecto pragmático em conviver bem com desiguais: as diferenças enriquecem nosso conhecimento, aumentam nosso repertório, contribuem para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Há uma série de quesitos nos quais a diversidade agrega valor, vejamos alguns:
- É mais fácil fomentar a adaptabilidade convivendo com vários tipos de pessoas do que estando sempre com iguais. O mundo não escolhe as mudanças que virão e nós temos que estar preparados para uma imensa gama de possibilidades que o diverso ajuda a construir.
- Pensamento crítico: Entendendo outros pontos de vista podemos embasar melhor nossas opiniões e até mudar de ideia quando formos convencidos.
- A empatia, habilidade extremamente valorizada tanto na vida profissional como pessoal, é mais bem exercitada se vivenciada com tipos distintos. É fácil colocar-se no lugar de alguém igual a mim mesmo, mas como entender uma vida completamente diferente sem ter relacionamento com quem é diverso de nós mesmos? Diversidade significa ainda representar a sociedade. Quando se vai desenhar um novo produto ou serviço, o contato com grupos variados ajuda a nos colocarmos na posição de todos os tipos de clientes.
- Abrir-se para o diferente é abrir-se para o novo. Somos cobrados para uma atitude de aprendizado a vida inteira como forma de sobrevivência num mundo cada vez mais dinâmico e disruptivo. A interação com grupos não homogêneos ajuda no entendimento do outro: suas motivações sociais, econômicas, psicológicas, dentre outras.
- Uma das competências mais valorizadas pelas empresas atualmente é a criatividade que contribui para a inovação nos seus negócios. E um dos grandes fatores que contribuem para a criatividade e inovação é a diversidade: quem está aberto para conviver com o diferente pode ter insights que levam a novas ideias, na medida em que se coloca fora da caixa para entender o mundo sob novas perspectivas.
As empresas também devem aprender a aceitar e fomentar a diversidade no seu grupo de colaboradores. Segundo um estudo realizado pela consultoria McKinsey em 2017 com mais de mil empresas globais em 12 países, as organizações cujo grupo de executivos possuía maior variedade de perfis eram mais lucrativas. As companhias com maior diversidade de gênero tinham 21% mais chances de apresentar resultados acima da média do mercado. No caso da diversidade cultural e étnica, esse número subia para 33%.
Um mundo formado somente por iguais é extremamente monótono e tende a intransigência. Vamos aproveitar o que a diversidade pode nos oferecer e viver uma vida melhor.
Quer trabalhar seus vieses inconscientes e se beneficiar da diversidade?
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