Você sabe quais as tendências de gestão de pessoas para 2023?
Num mundo de mudanças radicais e constantes é importante acompanharmos as evoluções em cada área para sabermos melhor lidar com as novidades. Na esfera da gestão de pessoas, não é diferente. O que já vinha se transformando, assumiu uma velocidade maior com alterações mais aprofundadas.
O Great Place to Work e o Great People realizam anualmente uma pesquisa cuja 5ª. Edição, em 2022, contou com a participação de 1.716 respondentes, sendo 63,2% da área de Recursos Humanos e a maioria de cargos de liderança (gerência, coordenação, supervisão e diretoria). A maior parte das pessoas atuava em empresas de Tecnologia, Indústria e Serviços, mas também houve participação de representantes dos setores de saúde, financeiro, varejo e consultoria. Para quem quiser se aprofundar nos resultados, recomendo o Webinar Tendências Gestão de Pessoas – 2023: https://www.youtube.com/live/ctkXjIGP3e8?feature=share
A grande conclusão foi que saímos de anos de preocupação intensiva com a transformação digital para um novo período em que o foco está não mais apenas na tecnologia, mas em como encontrar pessoas capacitadas ou desenvolvê-las para a inovação tecnológica constante.
No que se refere aos desafios de gestão de pessoas enfrentados em 2022, os principais itens citados foram:
- Adoção de novas políticas/novos formatos de trabalho (trabalho remoto, horário flexível, jornada híbrida)
- Comunicação interna
- Saúde mental
- Desenvolvimento / capacitação da liderança
- Contratação de pessoal qualificado.
Nota-se como ainda é um tema importante os novos formatos de trabalho, num momento em que a maioria das empresas está optando pelo retorno ao presencial e como isso pode estar incomodando os colaboradores. Os temas de comunicação sempre são relevantes e as organizações que não apresentam boa comunicatividade com seus funcionários também não conseguirão atender bem aos seus clientes, pois esse bom relacionamento pressupõe uma boa interação, que tem origem em seus quadros internos. A saúde mental é uma preocupação que vem crescendo em toda sociedade e, em particular, entre os empregados das empresas; essa priorização implica que nem tudo aceito anteriormente como cobrança e dedicação exaustiva continuará a sê-lo e, portanto, as companhias devem se reposicionar a respeito, tornando o ambiente de trabalho mais leve e divertido, sem perder o foco em sua estratégia. Tudo isso leva a avaliação das lideranças que canalizam a figura da organização perante os funcionários. Parece haver também uma análise crítica quando a mão de obra contratada no que se refere a sua qualificação para os cargos, colocando em xeque as políticas e processos de seleção.
Também foi questionado na pesquisa quais seriam as grandes prioridades para 2023 e as mais apontadas foram:
- Desenvolvimento / capacitação da liderança. Como já comentado, todos os desafios estão ligados a um posicionamento da liderança e isso leva a necessidade de adequar os ocupantes dos diversos níveis (hierárquicos ou não) a saber lidar com equipes de trabalho no contexto atual. É necessário desenvolver pessoas para não só assumir cargos de liderança, mas atuar de forma estratégica, ética, inclusiva, humanizada e alinhada aos objetivos de negócio. A mentalidade das lideranças é apontada como o principal fator de empecilho à inovação nas empresas.
- Cultura organizacional. Essa é a forma de pensar das organizações, sua personalidade e razão de suas atitudes. Para que haja adaptação às mudanças, muitas vezes é preciso ajustar a cultura da empresa. É preciso que ela seja constantemente revisitada, atualizada e alimentada com novas ideias, recursos e rituais. Se quisermos empresas mais inovadoras, precisaremos de culturas organizacionais que permitam e incentivem a inovação o tempo todo.
- Comunicação interna. Também é um item já comentado. A clareza de diálogo em todas as direções nas equipes internas das organizações ajudam no claro entendimento dos objetivos, das ações, das entregas, no ambiente e até no relacionamento com o cliente. Garantir processos inclusivos, fomentar a motivação das equipes e ainda manter as informações seguras e centralizadas. Isso sem contar a importância de criar momentos de integração entre as pessoas, para que o trabalho não perca o seu lado humano.
- Experiência do colaborador (employee experience). Esse é um assunto que vem crescendo em preocupação, trata-se de como os processos internos referentes aos funcionários são definidos tendo-os como principais atores, deixando de lado burocracias desnecessárias e focando na agilidade sem perder os controles necessários.
- Saúde mental. Deve ser cada vez mais preocupação de líderes e equipes. O funcionário com saúde mental adequada produz mais e melhor, pois é mais feliz.
A maioria dos respondentes da pesquisa considera a diversidade e inclusão uma pauta estratégica na organização, mas o tema permanece em posição desprivilegiada na lista de prioridades de gestão de pessoas, o que implica que existe mais discurso e poucas ações a respeito. Vale lembrar que a diversidade enriquece a composição das equipes, tornando-as mais criativas, pois engloba pensamentos divergentes, minorando a formação de bolhas homogêneas que olham numa só direção, perdendo o restante das oportunidades.
Também foi abordado na pesquisa o assunto ESG e sua importância para as organizações. De maneira geral, podemos dizer que ESG (da sigla em inglês para Environment, Social and Governance) é um conjunto de boas práticas voltadas à construção de soluções voltadas à governança do meio ambiente e da sociedade, sendo também capaz de avaliar os impactos que uma organização impõe sobre esses fatores através da sua atuação de mercado. A algum tempo atrás, o processo de gestão de uma empresa tinha apenas um objetivo: gerar lucro para os seus acionistas a partir de uma cadeia produtiva. Nesse contexto, pouco importava os impactos gerados ao ambiente e à sociedade em que estavam inseridos, e como consequência, existiam uma série de problemas trabalhistas e os impactos no ecossistema do planeta são colhidos até os dias de hoje. Somente 24% dos respondentes consideram que sua empresa tem políticas relacionadas a responsabilidade social e ambiental, o que mostra um grande terreno a percorrer.
Foi perguntado ainda quais competências sua empresa considera as mais importantes na atuação de seus funcionários hoje. As mais citadas são as que muitas vezes diferenciam profissionais nos processos de seleção e na rotina organizacional, principalmente em tempos de crise, mudanças e desafios:
- Capacidade de resolver problemas complexos
- Capacidade de liderar e influenciar
- Resiliência
- Conhecimento do negócio
- Pensamento analítico.
Muitos dos assuntos aqui abordados valeriam um artigo focado apenas neles, mas uma visão panorâmica sempre ajuda. É interessante como a conjunção de hard e soft skills estão considerados como marcantes no profissional mais adequado às organizações. Vê-se, ainda, que velhos temas continuam no centro das questões com novos olhares: formas de trabalho, comunicação, liderança, diversidade e inclusão.
Há grandes avanços que as empresas devem realizar, mas não podemos excluir o protagonismo dos profissionais no enfrentamento dessa nova realidade. Tanto empresas como profissionais devem estar atentos no sentido de incorporarem as novas tendências e estarem preparados para os desafios de sobrevivência no mercado.
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