Você está preparado para lidar com a Inteligência Artificial?
O mundo hoje vive um momento no qual aquilo que era tipicamente exclusivo do ser humano – a inteligência – passa a ser compartilhado com as máquinas, principalmente através da Inteligência Artificial. Essa tecnologia já é uma realidade para um conjunto enorme de funções; estamos acostumados ao contato com ela nos atendimentos telefônicos, ao utilizarmos serviços de trajeto e geolocalização, ao obtermos sugestões baseadas em nossos próprios gostos sobre qual filme ou série assistir, isso para mencionarmos apenas alguns exemplos. O fato é que nunca mais o pensamento será uma exclusividade humana, tal como foi desde o início dos tempos até agora.
Apenas para tangibilizar a velocidade da expansão dessa tecnologia, é importante notarmos que o ChatGPT, a mais conhecida IA do momento, foi lançada pela OpenAI em 30/11/22 e em 5 dias mais de 1 milhão de pessoas já haviam interagido com ela. Em janeiro/23 possuía 100 milhões de usuários, sendo classificada como a ferramenta digital com a maior adesão em massa da história (o TikTok, que agora ocupa o 2º. Lugar, havia levado 9 meses para atingir essa marca e o Instagram demorou cerca de 2 anos). O sucesso do ChatGPT explica-se por sua capacidade de combinar informações e entregar diversos conteúdos com alto nível de detalhe e compreensão, como se fosse realmente uma conversa com um ser humano. A Microsoft mais do que depressa adquiriu a OpenAI e já adicionou o chat em seu buscador.
Muitas outras Inteligências Artificiais estão sendo lançadas, caracterizando um novo caso de crescimento exponencial na transformação digital. Vejamos alguns exemplos:
- A Microsoft lançou o COPILOT capaz de resumir as principais ideias de uma reunião, criar uma proposta, uma apresentação, uma planilha;
- O Google anunciou o lançamento de aproximadamente 20 produtos utilizando IA em 2023, dentre eles está o BARD, um concorrente do ChatGPT que integrará o mecanismo de busca do Google e realizará tarefas semelhantes ao COPILOT;
- O MIDJOURNEY é capaz de transformar textos em imagens, sendo a mesma funcionalidade do FIRELY, lançado pela Adobe.
Não podemos esquecer que, no mundo corporativo, várias empresas têm todo seu modelo de negócios baseado em IA, tais como: Amazon, Spotify, Netflix, dentre outras.
“A Inteligência Artificial (IA) tem desempenhado um papel cada vez mais importante em nossa sociedade moderna. Essa tecnologia revolucionária está presente em diversas áreas, desde assistentes virtuais em smartphones até sistemas complexos de tomada de decisão em setores como medicina e finanças. No entanto, assim como qualquer avanço tecnológico, a utilização da IA também apresenta uma série de prós e contras. Neste artigo, vamos explorar alguns dos principais aspectos positivos e negativos da aplicação da Inteligência Artificial.
Prós:
Eficiência e Produtividade: A IA é capaz de realizar tarefas repetitivas e monótonas com precisão e rapidez, o que aumenta significativamente a eficiência e a produtividade em várias indústrias. Isso libera os profissionais para se concentrarem em tarefas mais complexas e criativas.
Tomada de Decisão Baseada em Dados: A IA pode analisar grandes quantidades de dados em um curto período de tempo e identificar padrões e tendências que seriam difíceis de serem percebidos por seres humanos. Isso permite uma tomada de decisão mais informada e estratégica.
Personalização e Recomendações: A IA é amplamente utilizada em sistemas de recomendação, como em plataformas de streaming e comércio eletrônico. Ela pode entender os interesses e preferências individuais dos usuários, fornecendo recomendações personalizadas, melhorando assim a experiência do cliente.
Assistência em Saúde: A IA tem o potencial de revolucionar a medicina, auxiliando médicos em diagnósticos mais precisos, análise de exames e tratamentos personalizados. Isso pode levar a melhores resultados para os pacientes e reduzir os erros médicos.
Contras:
Desigualdade e Viés: Os algoritmos de IA são alimentados com dados históricos, que muitas vezes refletem desigualdades sociais existentes. Isso pode levar a decisões discriminatórias e reforçar viés racial, de gênero ou socioeconômico se não for tratado de forma adequada.
Perda de Empregos: À medida que a IA automatiza tarefas anteriormente realizadas por humanos, pode levar à perda de empregos em determinadas indústrias, aumentando o desemprego e criando desafios econômicos e sociais.
Riscos à Privacidade e Segurança: A coleta e o processamento massivo de dados pela IA podem resultar em violações de privacidade e riscos de segurança. Dados sensíveis podem ser mal utilizados ou cair em mãos erradas, o que pode ter consequências graves para os indivíduos e organizações.
Falta de Transparência: Em alguns sistemas de IA, os algoritmos são tão complexos que é difícil entender como eles chegam a certas decisões. Isso pode levantar preocupações sobre a falta de transparência e responsabilidade em casos de erros ou decisões prejudiciais.
Dependência Tecnológica: A dependência excessiva da IA pode tornar a sociedade vulnerável a falhas técnicas e a problemas imprevistos quando a tecnologia não funciona conforme o esperado.
Em conclusão, a Inteligência Artificial oferece uma série de benefícios, impulsionando a eficiência, inovação e avanços em várias áreas. No entanto, a sua adoção também vem acompanhada de desafios significativos, como questões éticas, desigualdades e riscos à privacidade. Portanto, é essencial abordar essas preocupações com responsabilidade e regulamentação adequada para garantir que a IA seja usada para o bem-estar da sociedade como um todo.“
Vale notar que todo texto apresentado acima em itálico e entre aspas foi gerado pelo próprio ChatGPT, quando solicitei “Escrever um artigo com prós e contras na utilização de Inteligência Artificial”. É interessante notar como a IA está “consciente” de seus pontos negativos.
Para corroborar um aspecto apresentado pela própria ferramenta quanto a substituição de mão de obra, vejamos a notícia publicada no site da Exame em 14/07/23, com a estimativa de que 300 milhões de empregos em todo o mundo, serão automatizados de alguma forma pelo uso de Inteligências Artificiais. Além disso, segundo o site do Estadão, o relatório “Inteligência Artificial e Empregos” divulgado em 11/07/23 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que 27% dos empregos dos países do grupo são de profissões com alto risco de automatização pela inteligência artificial. No documento, a organização defende que os membros precisam agir agora com políticas que lidem com os riscos da inteligência artificial para o mercado de trabalho e que é necessário coletar melhores dados sobre o uso da tecnologia para entender quais trabalhos mudarão, quais serão criados ou desaparecerão e como as habilidades necessárias estão mudando.
Fiz outro questionamento ao ChatGPT: “Devemos acreditar em tudo que a IA nos diz?”. Eis a resposta: “Não, definitivamente não devemos acreditar em tudo que a Inteligência Artificial (IA) nos diz. Embora a IA seja uma tecnologia poderosa e útil em muitos aspectos, ela tem suas limitações e pode cometer erros. Aqui estão algumas razões pelas quais não devemos aceitar cegamente tudo o que a IA nos diz:
- Viés e Discriminação: Os algoritmos de IA são construídos com base em dados históricos, e esses dados podem refletir preconceitos e desigualdades presentes na sociedade. Isso significa que a IA pode reproduzir e ampliar esses vieses em suas decisões e recomendações, levando a resultados discriminatórios ou injustos.
- Falta de Contexto: A IA pode ser excelente em tarefas específicas, mas muitas vezes falta-lhe a compreensão completa do contexto e da complexidade humanos. Isso pode levar a respostas imprecisas ou inadequadas, especialmente em situações em que a análise contextual é crucial.
- Erros e Limitações Técnicas: Os algoritmos de IA podem cometer erros, especialmente quando se deparam com situações inesperadas ou fora dos dados com que foram treinados. Eles também têm suas limitações, não sendo capazes de prever todas as variáveis possíveis.
- Falta de Transparência: Em algumas aplicações de IA, como redes neurais profundas, os algoritmos são tão complexos que é difícil entender exatamente como eles chegaram a uma determinada conclusão. Isso levanta preocupações sobre a falta de transparência e dificuldade em explicar as decisões da IA.
- Manipulação de Dados: A IA pode ser influenciada por dados falsos ou manipulados, o que pode levar a resultados enganosos e decisões erradas.
Portanto, é essencial manter uma postura crítica em relação às informações fornecidas pela IA. Em vez de aceitar cegamente seus resultados, é importante verificar, questionar e validar as informações sempre que possível. A IA pode ser uma ferramenta poderosa para auxiliar na tomada de decisões, mas não deve ser considerada uma fonte infalível de verdade absoluta. Devemos usá-la com sabedoria, levando em conta suas limitações e aplicando julgamento humano para garantir que suas recomendações e conclusões sejam realmente úteis e precisas.“
Segundo reportagem da revista VC S/A de julho/23, um americano entrou na justiça buscando indenização contra a Avianca após um funcionário da companhia aérea ter esbarrado nele com o carrinho de serviço. Em suas argumentações, o advogado do reclamante citou uma série de outras decisões como precedentes para ratificar a ação de seu cliente, como “Martinez vs. Delta Air Lines” e “Zicherman vs. Korean Air Lines”. Quando os representantes do departamento jurídico da Avianca procuraram tais processos, não os encontraram, justamente porque não existiam: o advogado fez sua pesquisa via ChatGPT e a IA havia inventado as jurisprudências!
Em artigo publicado pelo site da Folha de São Paulo, em 24/07/23, o jornalista Joel Pinheiro da Fonseca relata que muito em breve será possível fazer um filme do zero, gerado inteiramente por IA, que seja indistinguível de um filme com atores reais (sobre isso indico o primeiro episódio da mais recente temporada de “The Black Mirror”). E, se é possível usar a voz e imagem de pessoas reais para encenar obras de ficção que eles nunca encenaram, é possível também usar sua imagem para atribuir-lhes falas e atos que nunca praticaram, com a intenção de enganar a opinião pública.
Esses exemplos nos mostram como é importante ter pensamento crítico ao receber uma resposta da IA ou entramos em contato com notícias para separar fake news da realidade. Checar as informações virou condição fundamental para vivermos no mundo de interações e comunicações tão diversas.
Fiz, ainda, mais uma provocação à IA questionando: “Para qual tipo de trabalho a IA NÃO poderá substituir os humanos?” E a resposta foi: “Embora a Inteligência Artificial (IA) tenha avançado significativamente e continue a transformar várias áreas de trabalho, há certos tipos de empregos e tarefas em que os seres humanos ainda têm uma vantagem insubstituível sobre a IA. Isso ocorre principalmente porque esses trabalhos exigem habilidades e características exclusivamente humanas. Alguns exemplos incluem:
- Trabalhos Criativos: Atividades que envolvem criatividade e imaginação são difíceis de serem replicadas pela IA. Trabalhos como escritores, artistas, designers e músicos exigem a capacidade de criar conceitos originais, expressar emoções e pensamentos únicos que são inerentes aos seres humanos.
- Cuidados e Relações Humanas: Trabalhos que exigem empatia, compaixão e interações sociais profundas estão fora do alcance da IA. Profissões como enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e conselheiros dependem da capacidade humana de compreender e responder às necessidades emocionais de outras pessoas.
- Tomada de Decisões Éticas e Morais Complexas: Situações que requerem julgamento ético e moral, especialmente em circunstâncias ambíguas, exigem a sabedoria e a consciência humana para ponderar as complexidades e tomar decisões ponderadas.
- Trabalhos Altamente Criativos e Inovadores: Áreas que necessitam de inovação radical e pensamento “fora da caixa”, como pesquisa avançada, descobertas científicas e desenvolvimento de novas tecnologias, dependem do pensamento humano criativo e da curiosidade intelectual.
- Ensino e Educação: A relação de aprendizado e ensino é intrinsecamente humana. Professores e educadores têm o poder de inspirar, motivar e se adaptar às necessidades individuais dos alunos de maneira personalizada, o que é desafiador para a IA replicar completamente.
- Criatividade na Solução de Problemas: Trabalhos que exigem criatividade na resolução de problemas, especialmente em situações imprevisíveis e não estruturadas, são difíceis de serem automatizados pela IA, já que ela se baseia em dados e padrões históricos.
- Atividades Físicas e Tarefas Manuais Complexas: Embora a automação esteja substituindo algumas tarefas manuais repetitivas, trabalhos que requerem habilidades físicas altamente complexas e adaptáveis, como algumas atividades na indústria de construção e resgate, ainda são mais bem realizados por seres humanos.
Em resumo, a IA tem um potencial significativo para otimizar e melhorar muitos aspectos de nossas vidas e trabalho. No entanto, certas características humanas, como criatividade, empatia, ética, adaptabilidade e intuição, são exclusivas e tornam certos trabalhos imunes à substituição completa pela IA. A interação entre a IA e as habilidades humanas é, portanto, o futuro que provavelmente veremos, onde a colaboração e complementação entre humanos e máquinas podem levar a resultados ainda mais notáveis.“
Até a própria IA reconhece que a melhor qualificação para nos diferenciarmos de forma contundente das máquinas é a habilidade de sermos criativos. A lógica criativa, ou seja, a lógica do imprevisível, é dificilmente passível de ser colocada num algoritmo, razão pela qual é o ponto onde o ser humano deve investir para ter um território não ocupado pela Inteligência Artificial. A criatividade será a competência humana mais valorizada pelo mercado de trabalho, uma vez que não envolve apenas a capacidade de se ter boas ideias, mas encontrar formas inovadoras e eficientes de resolução de problemas.
Podemos concluir que a IA chegou para ficar e que irá, sim, substituir muitos trabalhadores nos próximos anos. É necessário absorvermos a mudança e nos adaptarmos a ela, nos qualificando no entendimento e utilização da tecnologia e no desenvolvimento de habilidades características dos seres humanos, como relacionamentos interpessoais e criatividade.
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