Quais os atributos para lideranças no mundo de transformações?

Seria lugar comum falarmos sobre a grande velocidade das mudanças, principalmente das transformações digitais, no mundo atual. Também seria óbvio dizer da necessidade de adaptação do ser humano às novas realidades e tendências visando sua própria sobrevivência. O assunto a abordarmos aqui é o que tudo isso acarreta aos estilos de lideranças das organizações modernas. Será que as empresas e seus líderes vêm se adequando aos novos paradigmas? Isso é necessário?

TODOS somos impactados pelas mudanças exponenciais dos tempos modernos, particularmente se enfocarmos o trabalho. As equipes apresentam-se diferentemente quanto a sua constituição (somos mais diversos, embora ainda menos que o desejado), seu mindset (a geração dos millennials pensa diferente de seus antecessores, que também têm novos anseios), seus propósitos (muito mais gente visa objetivos além das organizações), seu tipo de trabalho (a revolução digital imprime a necessidade de atualizações nos processos das empresas), para citar alguns. Neste novo contexto, as lideranças também devem se reformatar de maneira a atender às novas necessidades, e isso somente será conseguido se líderes passarem a observar as características e desejos de seu time e vislumbrarem como encaixá-los aos objetivos da organização.

Uma primeira abordagem sobre o tema já pode ser analisada se verificarmos o artigo de fevereiro/23 publicado pela revista “Você RH”, que cita pesquisa realizada em agosto de 2022 pelo site de empregos Indeed (motor de busca de empregos criado em 2004), que ouviu 840 profissionais para saber suas prioridades e preferências no mercado corporativo. De acordo com os dados, 55% deixariam o emprego atual se o ambiente fosse tóxico e 50% pediriam demissão caso se sentissem desvalorizados. Quando questionados sobre o que esperam de um líder, 52% afirmaram valorizar gestores que incentivam e apoiam o crescimento pessoal e o desenvolvimento de carreira, e 38% gostariam que os líderes demonstrassem interesse ou preocupação com seu bem-estar. Ou seja, os colaboradores estão hoje muito mais preocupados em desenvolverem-se num bom ambiente de trabalho, além de adquirirem bem-estar geral, incluindo vida privada e outros interesses.

A mesma reportagem da “Você RH” relata que o Indeed, em outro levantamento com 504 tomadores de decisão em empresas brasileiras, detectou que incentivar e apoiar os funcionários no crescimento pessoal e no desenvolvimento de carreira é a principal competência desejada para a liderança. A pesquisa, realizada de forma online em novembro de 2022, identificou quais habilidades e comportamentos os executivos buscam na hora de contratar gestores. Em segundo lugar no ranking está a capacidade de demonstrar interesse genuíno pelo bem-estar da equipe, seguida pelo compromisso em promover ativamente, não só no discurso, um ambiente de trabalho diverso e inclusivo. Segue o resultado total da pesquisa com as 12 competências desejadas em um líder:

  1. (70%) Incentivar e apoiar os funcionários no crescimento pessoal e no desenvolvimento de carreira
  2. (61%) Manifestar interesse e preocupação com o bem-estar dos funcionários
  3. (53%) Apoiar e promover ativamente um ambiente de trabalho diversificado e inclusivo
  4. (49%) Saber se comunicar, ouvir e compartilhar informações
  5. (47%) Possuir fortes habilidades de coaching e transmitir conhecimento
  6. (38%) Ter equilíbrio entre vida profissional e pessoal e respeitar a mesma harmonia na rotina dos funcionários
  7. (35%) Ser capaz de ensinar colegas e funcionários
  8. (34%) Definir critérios de desempenho transparentes e avaliar de forma objetiva
  9. (30%) Ser especialista na área de gerência
  10. (27%) Ser assertivo nas atribuições de trabalho
  11. (24%) Oferecer reconhecimento oportuno e regular
  12. (16%) Oferecer feedback regularmente

Ao analisarmos as competências listadas acima, observamos que cada vez mais o líder precisa desenvolver suas habilidades de relacionamento interpessoal para poder impulsionar o seu time. A inteligência emocional é requisito indispensável para lidar com pessoas. Líderes devem ter como meta agregar valor às organizações através da obtenção do melhor resultado por sua equipe.

A liderança precisa possuir repertório para ajudar o time. Deve estar atenta às novidades na sua própria área, assim como em lidar com pessoas, além de conhecimento crítico de acontecimentos do mundo moderno, que podem influenciar sua empresa ou o desempenho de seus funcionários. O próprio líder deve evoluir sempre para poder cobrar a mesma orientação aos seus subordinados: “aprender a vida inteira” vale para todos os envolvidos. É importante ressaltar que eventualmente pode haver conflito, o colaborador não precisa concordar em tudo com o líder, mas com respeito e maturidade isso poderá ser gerido satisfatoriamente: o papel do líder é desenvolver talentos e não desenvolver seguidores.

Estudos mostram que o comportamental é o principal motivo para 83% dos gestores desligados das empresas, enquanto os restantes 17% são motivos técnicos. Isso nos faz reconhecer que bons técnicos podem virar maus líderes e que as empresas deveriam estar mais preparadas no momento de escolher pessoas para cargos de liderança.  É claro que o conhecimento técnico é importante, mas a habilidade de lidar com pessoas é, neste patamar, muito mais relevante.

Uma liderança eficaz deve reconhecer que não há comportamento padrão para ter sucesso com seus liderados. As pessoas são diversas (que bom que assim seja) e requerem ações diferenciadas dependendo de seu grau de maturidade profissional e emocional. Assim, por exemplo, no caso de um funcionário em início de carreira, é mais apropriada a atitude de cuidar, orientar e acompanhar mais de perto suas atividades. Para alguém um pouco mais experiente, é necessário utilizar-se de mais argumentação e ter a escuta ativa para identificar eventuais problemas e saber como ajudar o funcionário. No caso de colaboradores mais experientes, a estratégia deve ser o aconselhamento, com alta delegação de tarefas.

Segundo um estudo com mais de 400 executivos realizado pela consultoria Gartner em 2022, quando os funcionários se sentem vistos como seres humanos, e não como meros recursos, eles tendem a obter um desempenho 3,8 vezes maior. Também ficam com 3,1 vezes mais probabilidade de permanecer na empresa. A liderança tem papel fundamental na criação do ambiente saudável de forma a colocar seus colaboradores como protagonistas no sucesso da organização. O bom líder é aquele que faz com que as pessoas alcancem os resultados que precisam ser alcançados, querendo alcançá-los, o que impulsiona a criação de equipes motivadas e altamente eficazes.

Falando de todos esses atributos pode parecer que o líder deva atingir a perfeição, mas o importante é ter em mente a consideração e respeito ao ser humano e o restante virá com aprendizado e persistência.

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