Você sabe como fomentar seus talentos ocultos?

PANORAMA GERAL

Apesar de muitas pessoas acreditarem em habilidades inatas, a maioria de nós não nasce com superpoderes. É possível e necessário fomentar nossos talentos durante toda a vida. Potencial não se resume ao começo, mas tem a ver com a distância percorrida: precisamos nos concentrar menos na largada e mais no trajeto. O grande impulsionador dos dons humanos é o aprendizado.

Para explorar nosso potencial e melhorar o desempenho, devemos sair da zona de conforto que considera apenas nossos pontos fortes e aproveitar oportunidades para desenvolver novos talentos.

Sobre esse assunto, indico o livro “Potencial Oculto – Como extrair o melhor de você e dos outros” de Adam Grant, no qual se baseia este artigo. O autor, escritor de vários best sellers (incluindo “Originais” e “Pense de Novo”), é reconhecido como um dos estudiosos mais influentes da área de recursos humanos, além de ser professor muito bem avaliado da Wharton School; tem Ph.D. em Psicologia Organizacional pela Universidade de Michigan e bacharelado pela Universidade de Harvard.

Segundo esse autor, para fomentarmos nossos talentos é preciso ter habilidades de caráter, contar com apoios temporários que nos ajudem a aprender e crescer por conta própria e usufruir de sistemas de oportunidades disponibilizados pela sociedade de forma a garantir que todos possam se desenvolver.

HABILIDADES DE CARÁTER

Quando falamos de habilidades de caráter, não estamos nos referindo às características de personalidade que possuímos, mas de como decidimos utilizá-las, ou seja, pressupõe as decisões que tomamos nos vários desafios da vida.

Essas habilidades envolvem proatividade, determinação e disciplina. Para obter o máximo delas é preciso:

  • Tomar coragem para encarar o incômodo. No processo de aprendizagem são necessários três tipos de coragem: de abandonar os métodos conhecidos, de aplicar o conhecimento antes de se sentir pronto e de cometer mais erros do que outras pessoas fazem tentativas. A melhor forma de acelerar o crescimento é aceitar, buscar e ampliar o desconforto.
  • Ser “esponja” de conhecimentos. Trata-se da capacidade de absorver novas informações, reconhecendo-as, valorizando-as, assimilando-as e aplicando-as. A absorção sadia no aprendizado ocorre quando a pessoa é proativa na busca do conhecimento. Com isso, ela se torna “esponja”, tomando a iniciativa de se expandir e se adaptar sempre.
  • Ser “imperfeccionista”. O que impulsiona o crescimento é ter padrões pessoais elevados, e não buscar a perfeição. O que deve ser estabelecido é uma meta precisa e desafiadora. Pesquisas revelam que, na busca de resultados impecáveis, os perfeccionistas tendem a cometer três erros: ficam obcecados por detalhes que não têm importância, fogem de situações novas e de tarefas difíceis que possam levar ao fracasso e se martirizam por cometer erros, o que faz com que tenham mais dificuldade para aprender com eles.

ESTRUTURAS MOTIVACIONAIS

Habilidades de caráter nem sempre são suficientes para percorrer grandes distâncias. Habilidades novas e metas mais altas exigem estruturas de apoio temporárias para serem alcançadas.

Algumas dessas estruturas citadas por Adam Grant são:

  • Acrescentar paixão à rotina. A melhor maneira de revelar o potencial oculto não é sofrendo na labuta diária – é transformando a labuta diária numa fonte de alegria constante. O domínio de uma habilidade exige prática mas, apesar de a prática deliberada ser necessária para alcançarmos grandes feitos, não devemos nos esforçar tanto a ponto de eliminar o prazer da atividade e transformá-la numa chatice obsessiva. Pesquisas mostram que pessoas obcecadas pelo trabalho dedicam mais tempo a ele, porém não apresentam um desempenho melhor que seus colegas. Em 127 estudos com mais de 45 mil pessoas, a persistência se converteu mais vezes em bom desempenho quando havia entusiasmo. A questão é como construir um “andaime” para injetar paixão na nossa rotina, através de, por exemplo, uma diversão deliberada, que costuma envolver novidades e variações nas tarefas a serem executadas. Dependendo da habilidade que procuramos desenvolver, a diversão deliberada pode ser obtida num jogo, numa encenação de papéis ou num exercício de improvisação. Além disso, precisamos nos acostumar com a ideia que relaxar não é perda de tempo – é um investimento no bem-estar. Intervalos não são uma distração – são uma oportunidade de restaurar o foco e incubar ideias. A diversão não é uma atividade boba – é uma fonte de alegria e um caminho para a excelência.
  • Procurar alternativas para chegar ao topo. Quando sentimos que estamos “empacados” no desenvolvimento de nossos potenciais devemos procurar subterfúgios que nos auxiliem a sair do lugar. Por exemplo: quando chegarmos num beco sem saída é melhor dar meia volta e encontrar um novo caminho. Além disso, a procura por vários mentores pode fornecer alternativas não vislumbradas anteriormente. Se perder a motivação, faça um desvio para um novo destino de forma a obter pequenas vitórias que te satisfaça e o impulsione de volta ao caminho principal.
  • Virar-se sozinho para conseguir voar.  Quando não tivermos a sorte de ter alguém para nos auxiliar, teremos que agir por conta própria e “cavar” maneiras de seguirmos em frente. Com este enfoque precisamos lembrar de algumas competências básicas que possuímos e utilizá-las de forma a desenvolver nosso potencial. Um exemplo é ensinar aquilo que se quer aprender ou desenvolver nossa autoconfiança aconselhando os outros. Além disso, usar expectativas altas e baixas como motivação pode ajudar: se críticos leigos duvidarem de você, encare isso como um desafio ou quando especialistas apostarem no seu potencial, prove que estão certos.

SISTEMAS DE OPORTUNIDADES

Habilidades de caráter e estruturas de motivação podem nos ajudar a desvendar potenciais ocultos em nós mesmos e nas pessoas ao redor. No entanto, numa sociedade tão desigual como a que vivemos, temos que prestar assistência a outros para também desenvolverem seus talentos. Isso envolve criar oportunidades em grande escala através da reformulação das escolas, equipes e empresas, de forma a considerar a participação de todos.

A oportunidade faz diferença. Bons sistemas permitem que as pessoas percorram grandes distâncias. Quando criamos sistemas que despertam o potencial oculto dos indivíduos, reduzimos o risco de perdermos Einsteins, Curies e Gleisers.

É claro que nem todos terão condições de fazer essa grande transformação por si só, mas se cada um plantar uma semente, teremos um conjunto de esforços para um mesmo propósito, que culminará numa grande mudança.

Quer avaliar como fomentar seus talentos ocultos?

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