Por que você se levanta todos os dias?
Viktor Frankl foi um psiquiatra, psicólogo, filósofo e sobrevivente dos campos de concentração mais letais da 2ª guerra mundial (Auschwitz e Dachau). Nascido em 1905, formou-se médico psiquiatra em 1930. Dois anos depois, foi preso pelos nazistas e libertado em 1945. Teve esposa grávida, pai, mãe e irmão mortos pelo regime. Faleceu com 92 anos em Viena, em 1997. Foi o criador da terceira escola de psicologia após Adler (poder) e Freud (prazer): a logoterapia – a cura através do sentido.
Como o prisioneiro de número 119.104 vivenciou a terrível experiência dos campos de concentração e observou as diferentes reações de seus companheiros a uma das piores situações que um ser humano pode viver: perder tudo, ter todos os seus valores destruídos, sofrer fome, frio e brutalidade, esperando a cada momento pelo próprio extermínio. Neste contexto, Frankl avaliou a reação da mente humana mediante um cenário de restrição total, onde pessoas eram tratadas pior que animais e onde, ele mesmo, se viu muitas vezes reduzido aos limites entre o ser e o não ser.
Ao analisar o comportamento dos envolvidos em tal tragédia, se perguntava por que alguns desistiam, morriam e outros continuavam lutando por uma vida tão miserável? Por que muitos não desejavam morrer? Quais motivos os faziam querer viver, apesar de tudo? A resposta a essas perguntas é o propósito que davam à sua vida. Esse sentido podia ser qualquer coisa importante para eles: o amor por um filho; uma esposa para quem voltar; um talento específico que ainda desejava aprimorar; uma recordação a ser preservada; alguma “missão” ainda não cumprida… Aqueles que tinham um sentido queriam sobreviver e se agarravam a ele para conseguir.
Frankl endossou a afirmação de Nietzsche: “Quem tem por que viver pode suportar quase qualquer como”. O que sobrava aos prisioneiros era “a última liberdade humana”: a capacidade de escolher a atitude pessoal que se assume diante de uma circunstância desfavorável. Para aprofundamento da experiência vivida por Viktor Frankl recomendo a leitura de seu livro “Em busca de Sentido”.
Segundo a Logoterapia, nós podemos descobrir o significado da vida de três diferentes maneiras: fazendo alguma coisa, experimentando um valor ou o amor, e sofrendo.
Hoje, mais do que nunca, muitos indivíduos e até algumas organizações estão procurando e vivenciando seus propósitos. Atribuir um propósito à vida profissional conecta o lado pessoal com o trabalho, planejar a carreira tendo um propósito na base é a maneira mais eficiente de unir esses dois mundos que, muitas vezes, são antagônicos. Ter um propósito para trabalhar muda a maneira como o trabalho é significado: ele deixa de ser somente um modo de ganhar dinheiro para ser encarado como uma forma de impactar positivamente um conjunto de pessoas, contribuindo para algo maior. Isso afeta a autoestima do indivíduo, levando-o a sentir-se mais motivado e realizado pessoal e profissionalmente.
Sabe aquela célebre pergunta: O que faz você levantar todos os dias? A resposta a ela é a primeira dica para encontrar seu propósito. Como sempre, a chave para essa descoberta é o autoconhecimento, que poderá identificar o que você mais gosta de fazer e no que você é realmente bom. Entendimento do ambiente também é importante, pois saber o que o mundo precisa e no que trabalhar utilizando suas melhores competências fecha a intersecção entre paixão, missão, vocação e profissão.
A felicidade não pode ser buscada; o que devemos buscar é a razão para ser feliz. (Viktor Frankl)
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Olá Su. Este texto toca um tema muito difícil porém essencial. Para mim a frase que o sintetiza é: Propósito traz um resultado muito maior do que qualquer necessidade. Como cada pessoa e cada corporação podem tirar o melhor de seu propósito é um desafio muito atual. Assim como convergir os propósitos, corporação e pessoa, requer muito empenho e sensibilidade de ambos.
Ótima escolha e explanação.
É isso mesmo, Marcelo. Esse assunto vem crescendo agora que os baby boomers chegaram ao seu momento de dizer “E agora, o que vou fazer da minha vida?”, mas é válido para todos que quiserem se sentir realizados e um tema muito recente no âmbito das organizações. Obrigada pelo comentário!