Como vai a qualidade de seus relacionamentos interpessoais?
Quão importantes são, na vida das pessoas, seus relacionamentos interpessoais? A resposta óbvia é “muito importante”, mas existe visão científica que nos permita realmente chegar a essa conclusão? Na verdade, existe.
Uma pesquisa de Harvard vem estudando cientificamente um conjunto de pessoas desde a adolescência até sua velhice: trata-se do Estudo de Desenvolvimento Adulto de Harvard. Desde 1.938 acompanham a vida de 724 homens, questionando a cada dois anos sobre seu trabalho, vida doméstica, saúde, registrando, enfim, sua história. Exames médicos foram e são feitos a cada interação, bem como realizadas entrevistas com a família de cada um. Os 60 indivíduos que ainda estão vivos, estão com mais de 90 anos.
A grande conclusão da pesquisa é que bons relacionamentos nos mantêm mais felizes, saudáveis e lúcidos. Em grandes linhas:
- Boas conexões sociais fazem bem à saúde;
- A qualidade dos relacionamentos importa: conexões sociais são saudáveis, mas relacionamentos ruins (como casamentos conflituosos) não são;
- Bons relacionamentos protegem o nosso cérebro: ter bons relacionamentos mantém a memória afiada na terceira idade.
Para maior detalhamento, recomendo o TED com o psiquiatra de Harvard Dr. Robert Waldinger, o quarto diretor do estudo, que trata justamente dessa pesquisa e suas conclusões.
E no mundo corporativo? Como avaliar a influência de termos bons relacionamentos interpessoais? Apesar da rapidez e agitação do mundo moderno, esse fator é fundamental para a obtenção de resultados sustentáveis, afinal não lidamos apenas com áreas, setores, empresas, funcionários e clientes. Lidamos com pessoas! E com perfis e características tão diferentes e divergentes de nós mesmos.
O pai da administração, Peter Drucker, já dizia que as pessoas são admitidas pelas suas competências técnicas, mas demitidas pelos seus comportamentos, o que implica nas suas relações interpessoais.
Não se trata aqui de fazer cada colega de trabalho seu amigo íntimo, mas de saber considerar e interagir com gente. Pode-se ser duro e respeitoso, objetivo e empático, ter olho nas metas e considerar a motivação dos demais: tudo ao mesmo tempo!
Para a obtenção de melhores conexões, devemos focar primeiramente no autoconhecimento, pois este ajuda a reconhecer e entender nossas reações nas interações sociais, fomentando nossa inteligência emocional nos relacionamentos.
Também as lideranças devem estar muito atentas a esse fator. Segundo a recente pesquisa da Green Peak e Universidade Cornell, publicada na edição de agosto/2019 da Você S.A, os executivos capazes de construir boas relações com e entre times entregam melhores resultados financeiros.
Num mundo de grandes automatizações e digitalizações, serão as capacidades humanas nosso grande diferencial e dentre elas, promover relacionamentos sadios será cada vez mais valorizado.
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