Há algo dentro de você te boicotando? Como reconhecer e lidar com a autossabotagem.

Você já se pegou, antes mesmo de começar um desafio, de forma a pensar que não vai conseguir realizá-lo, não está pronto, não é para você? Esse é o típico comportamento da autossabotagem, que ocorre quando se cria obstáculos, geralmente de maneira inconsciente, no momento de agir para realizar seus objetivos.

Algumas pessoas têm esse comportamento uma vez ou outra, mas há os que se boicotam frequentemente, agindo para se punir e não chegar ao sucesso almejado. Através de pensamentos negativos, agem no sentido oposto às suas necessidades e desejos. A pessoa desiste de seus objetivos por não acreditar ser capaz de alcançá-los. O medo de falhar é maior que o desejo de tentar.

Esses comportamentos podem ser causados por vários fatores e muitos deles tem sua causa origem na infância ou na adolescência. Os traumas vivenciados nesses períodos podem ficar guardados no inconsciente provocando reações inesperadas no indivíduo adulto, sendo a autossabotagem uma das possibilidades. Mesmo sem saber e sem querer, estas pessoas acabam vítimas de sentimento de culpa, rejeição ou abandono.

O indivíduo que sucumbe à autossabotagem geralmente lida com uma baixa autoestima, responsável por prejudicar a forma como encara suas qualidades e capacidades.

Por ser um processo inconsciente, a autossabotagem pode não ser óbvia à própria pessoa que a carrega. Assim sendo, seguem alguns sintomas que ajudam a identificá-la:

  • Ver sempre o lado negativo das coisas: Há indivíduos, que dizendo-se realistas, sempre olham para o copo vazio em cada situação. Isso faz com que a pessoa não aproveite suas conquistas, não veja progresso e não acredite que coisas boas acontecem em sua vida. Sem contar que olhar para o lado ruim gera perda do foco, fazendo com que o auto sabotador não direcione sua atenção de forma adequada. Não devemos viver em um mundo de Poliana, mas temos que avaliar o lado positivo e o negativo da situação de forma a termos todo panorama para a melhor tomada de decisão, visando atingirmos nossos objetivos.
  • Medo de errar:  A princípio, o medo é saudável, pois é a presença dele que evita que nos arrisquemos demais em situações de perigo desnecessário. No entanto, quem vive se boicotando tem um medo constante de errar, o que faz o indivíduo deixar de assumir tarefas por acreditar que não saberá fazer o que lhe foi solicitado ou achar que não é digno de tal responsabilidade. Externamente, essas pessoas dirão “não me importa”, “não me agrada”, “não quero isso” ou “não me interessa”, mas por dentro é o medo de errar que está atuando. Isso afeta o círculo social e as relações como um todo. No mundo atual essa atitude pesa ainda mais, pois a falha é reconhecidamente condição para o aprendizado constante e a pessoa com medo de errar não ampliará seus horizontes, pré-requisito para seu desenvolvimento.
  • Procrastinar constantemente:  O ato de sempre adiar afazeres e compromissos funciona como um mecanismo de defesa diante da sensação de incapacidade de realizar algo.  Ao longo do tempo, esse hábito pode se tornar tóxico. Deixar tudo para última hora interfere na produtividade e na performance do indivíduo, tanto profissional quanto pessoalmente. A consequência desse adiamento de tarefas é um alto grau de estresse, gerado pelo afastamento dos objetivos e por acabar tendo que dar conta de muitas tarefas no limite do prazo.
  • Confiar em demasia na sua autossuficiência: Querer dar conta de todas as tarefas faz com que a pessoa se sinta no controle da situação, mas também a sobrecarrega, o que é um sinal nítido de autossabotagem. Por querer manter um padrão de resultados, a pessoa concentra todos os trabalhos em si e não delega funções. Mais adiante, a desculpa para não ter alcançado os resultados será “Não consegui porque não dei conta de fazer tudo sozinho, dado que estou sobrecarregado!” ou “Não posso confiar em ninguém!”.
  • Se comparar demais aos outros: O indivíduo que se compara constantemente com as outras pessoas pode acreditar numa inferioridade inexistente, simplesmente porque cada pessoa é única, com características positivas e negativas. Nesse contexto, tudo que fizermos parecerá insuficiente e o sentimento de inferioridade irá atrapalhar o crescimento pessoal e profissional do indivíduo.
  • Querer sempre agradar os outros: Tentar agradar sempre às expectativas do outro é um dos principais motivos que levam a autossabotagem, pois na busca por aceitação e pertencimento, as pessoas tendem a tirar o foco de suas prioridades e sonhos, concentrando-se naquilo que satisfaz o outro, mas esquecendo-se de si mesmo. Uma coisa é querer evoluir e outra é querer ser quem não é apenas para agradar aos demais e deixar de viver a sua própria vida.
  • Abandonar projetos e se abster de tomar decisões: Começar um projeto e desistir dele no caminho leva ao fracasso e garante ao autossabotador não ser avaliado pela entrega da tarefa abandonada. Evitar as tomadas de decisão também é um método para o auto boicote, pois nos exime da responsabilidade pelas consequências. O autossabotador não se coloca como protagonista da sua vida, ou seja, a culpa do que lhe acontece está sempre em outro alguém ou em outra coisa.

Será possível recuperar o indivíduo que sofre de autossabotagem?  Essa cura é difícil, uma vez que a pessoa não se dá conta de que está se sabotando. Mas, nada é impossível. A cura da autossabotagem requer, primeiramente, a tomada de consciência do processo de boicote e de todas as consequências disso. A busca por autoconhecimento é o primeiro passo para identificar o comportamento negativo e consequentemente, passar a ter atitudes e hábitos saudáveis. Nos casos mais acentuados, será imprescindível a ajuda de profissionais especializados (terapeutas, psicólogos, psiquiatras, coaches). A mudança de hábitos é algo essencial para o tratamento, garantindo que o desejo de transformação se concretize através da alteração dos padrões comportamentais.

Muitas vezes sentimos medo, pessimismo e incerteza sobre o que está por vir. Ou seja, todos temos um sabotador dentro de nós.  Ele sempre nos fará acreditar não sermos capazes de atingir nossos objetivos e fortalecerá o medo para nos manter dentro da nossa zona de conforto. A forma mais racional de lidar com esse sabotador é aprender a conviver com ele, considerando seus receios, mas não congelando diante deles. Lembre-se a coragem não é a ausência do medo, mas a ação apesar do medo. Para superar a autossabotagem é preciso desenvolver o autoconhecimento e a autoestima: detectar nossos pontos fortes para ampliá-los e identificar nossos pontos fracos para melhorá-los. A arte de se aceitar vulnerável também é um fator fundamental, afinal ninguém é perfeito e o desenvolvimento é um processo constante.

Como disse Albert Bandura: “Confiar em si mesmo não garante o sucesso, mas não o fazer garante o fracasso.”

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